Ontem, depois de lermos o post da Pipoca sobre o anúncio dos
fungos e dos cogumelos, eu e a minha amiga S. acabámos a debater os anúncios e
programas de televisão.
Hoje já não há respeito, já não há descrição e por este andar
não me admiro que se extingam as bolinhas vermelhas no canto da televisão.
Começámos por comentar que, de facto, não era necessário tanto pormenor no tal
anúncio, até que eu me lembrei de uma cena à qual tinha assistido há uns tempos
atrás.
Estava eu, aqui pela casa, e ao notar as minhas sobrinhas
muito sossegadas fui procurá-las. Encontrei-as na sala a ver televisão. E
estava a dar, nada mais nada menos do que os Morangos com Açúcar. Eu, que só vi
a primeira série, já lá vão alguns anos, fiquei um pouco ao pé delas a ver o
que se passava na história. Devo ter ficado cerca de dez a quinze minutos, não
mais, e o que vi nesse tempo deixou-me um pouco perturbada. Estava numa cena em
que estavam dois namorados na cama. Entretanto, muda para outra cena em que
estavam mais dois namorados na cama. E, de seguida, passa uma cena muito rápida
de dois personagens a falar e volta a mais do mesmo (mais um casal na cama). Sei, que desde esse dia, deixei de
ter os Morangos em boa consideração. Como é que uma série, vista por tantas
crianças, em horário nobre, tem tantas cenas destas em tão poucos minutos?
Depois as pessoas admiram-se com o que crianças, por
exemplo, de doze anos fazem. Perante este meu desabafo de escandalização sobre
tão conhecida série, conta-me a S. que no consultório de uma amiga dela
ginecologista apareceu uma miúda de doze anos a pedir a pílula. A médica,
claro, achando a miúda jovem demais, decidiu conversar com ela sobre o que era
a pílula e para que servia e que ela era muito nova... Ao que a miúda responde
que na geração da médica era muito nova, mas que ela era da geração dos
Morangos e na geração dos Morangos isto é normal!
Ah bom! Na geração dos Morangos é normal...
Eu fico feliz por ser da geração dos Riscos!
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