Hoje, acordei, para variar, cedo. Entrevista de emprego marcada. Mais uma. Finalmente. Com esta crise, isto anda complicado. Local: Lisboa. Transporte: Metro. Hora da entrevista: 13 horas.
E lá andei eu ontem a pesquisar como ir parar ao local citado no mapa que me enviaram por e-mail e, hoje de manhã, lá saí eu de casa, um bocadinho mais cedo, não fosse não encontrar o local à primeira, e nisto de entrevistas, convém ser-se pontual.
Saí de casa e fui, passo após passo, deslocando-me até à paragem do autocarro. Nada de especial pelo caminho. Parei nas passadeiras, esperei o semáforo dos peões ficar verde para atravessar a estrada. Esperei pelo autocarro, subi calmamente e comprei o bilhete. Escolhi um lugar para me sentar, e lá fui eu em direcção à estação de metro. Na estação recarreguei o meu bilhete e entrei no metro. Até aqui tudo a correr com normalidade. E é nesta viagem de metro que tudo começa a passar de modo diferente. Uma gigante senta-se no banco da frente. Vá, tive que reparar, pois não é todos os dias que nos cruzamos com alguém que tenha mais de dois metros de altura e fisionomia correspondente à excessiva altura, que até dificuldade teve em se sentar nos pequenos bancos do metro (que, digamos, estão feitos à medida da fisionomia média da sociedade, não abrangendo as excepções). Finalmente chego à estação ainda pensando na dimensão dos assentos dos passageiros não se adequarem às excepções. Saio da estação sem saber em que parte da cidade de Lisboa estava: apenas sabia que era a Avenida da Liberdade. E lá subo eu as escadinhas, passo o cartão na máquina e saio à aventura. Eis que paro perplexa à saída do metro. Eu conheço a rua e os arredores como a palma da minha mão. Passei lá inúmeras vezes, mas jamais soube o nome da rua. “Sou mesmo ignorante!”, pensei. E depois de olhar à volta, recordar ao pormenor todas as vezes que por lá passei e com quem estava, eis que respiro fundo e começo a andar.
“Vamos lá procurar o número da porta que é o cento e trinta e seis.” Olho para a porta em frente e vejo, cento e dez. “Ainda é longe”, pensei. Eu que estou habituada ao número de portas consecutivas serem de dois em dois, surpreendo-me ao ver ao lado da porta cento e dez, a porta cento e trinta e seis. Ok. Continuando...
Eu que não esperava deparar-me com aquele sítio tão antes da hora prevista, decido ir conhecer a variedade de lojas de roupa que ali existe (ultimamente ando a apanhar um vício terrível). Entrei na “Mango”. Brutal: enorme, com sofás e tudo. Fiquei fascinada. Mas a mango é uma loja acessível. O problema foi quando me comecei a fascinar pelas lojas de renome mundial : “Carolina Herrera”, “Louis Vuitton”,... Fiquei fascinada por um vestido da “Carolina Herrera” e umas botas lindíssimas da “Louis Vuitton”. E agora? Eu queroooo!!! Enfim, lá voltei a descer a rua, desanimada, por não poder comprar aquelas botas maravilhosas (ainda pensei em entrar na “Louis Vuitton” para ver a colecção toda, mas não ia poder comprar nada e o porteiro a abrir a porta aos clientes intimidou-me. Eheheh)...
Já tinha percorrido a rua toda e ainda era cedo. Eis que paro no Tivolli Forum para tomar um cafezinho e acalmar os nervos antes da entrevista. Só homens de fatinho e gravata a descer as escadas para irem almoçar. Ali ou se vai elegante ou não se passa despercebido. Lá acabei de tomar o meu cafezinho e dirigi-me ao respectivo edifício.
E, finalmente lá, dirijo-me ao porteiro/segurança e explico o motivo de eu estar ali. E lá o senhor me pede a identificação, preenche uma data de papelinhos com toda a informação e mais alguma, chegam mais pessoas para o mesmo, homens de fato e senhoras muito arranjadas, e lá somos todos permitidos a subir de elevador até ao respectivo piso. Tudo muito elegante, a senhora da entrevista vestidinha de fatinho (até me fez lembrar a Sandra Bullock no filme “A Proposta”). E da empresa nem comento: um design muito moderno. E a sala da entrevista? Uma vista brutal sobre a cidade, até desconcentrante! E aí descobrimos que afinal é uma entrevista de grupo e um teste. Fantástico! Fenomenal! Nunca fiz nada assim! Eheheh! Mas já passou, agora resta esperar pela reposta...
Isso é o prólogo certo! Deixas para aqui os leitores de água na boca, queremos mais letras, conta-nos, nós merecemos.
ResponderEliminarJá estou a arrancar cabelos, Marisa, POR FAVOR!!!!!!!!!
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