domingo, 15 de maio de 2011

Quando a vontade de desabafar ataca...

Ninguém se lembra de divagar a esta hora da matina... quer dizer, talvez não seja a única mas também não interessa. Finalmente o blogger voltou ao normal. Já estava passada com esta manutenção ou lá o que é que se passou aqui. Só sei que, pelo menos, um comentário me desapareceu! Não há direito. E foi nos dias em que mais vontade tinha de escrever, de dizer algo.

Nos últimos tempos, melhorei imenso mas... há sempre um mas... Sei que desenvolvi um trauma, uma fobia que, até hoje, não consigo comentar com alguém. Tenho ainda esperança que esse trauma vá embora, senão estou tramada. Mas isto agora também não interessa. Não vale a pena pensar nestas preocupações, pelo menos para já. Como eu estava a dizer... eu melhorei imenso mas ainda não sou a pessoa que era. Muito de mim temo que não vai voltar. E isso assusta-me. Foram anos e anos a lutar para conseguir superar tamanha timidez, tornar-me mais extrovertida, para, de repente, essa luta ter sido em vão. Sinto falta da pessoa que eu era: uma rapariga sonhadora. Cresci num mundo cheia de sonhos, tantos sonhos que foram alimentados, e que chegaram a fazer-me muito feliz, para, agora, temer que possa perdê-los. É uma loucura estar assim preocupada, quando ainda só vivi um quarto de século, mas a cada ano que passa, mais defendo que a vida do ser humano é muito curta e que em tão poucas décadas é impossível viver tudo o que se quer. Acho que o meu mal, desde sempre, foi pensar como se fosse mais velha, como se tivesse mais anos. Ou então foi o medo, o medo por, somente em duas épocas, ter sido realmente feliz (na primária e na faculdade). Os anos, ali pelo meio, foram mais tristes do que alegres, então o liceu... foi a fase da minha vida que mais odiei. A única época em que ia apenas para a escola pelas aulas, em que me sentia só, e em que não via a hora em sair dali. O liceu é, neste momento, a única escola em que entro sem ter saudades e sem recordar algum momento bom que lá vivi. Nem sei porque estou, a esta hora da manhã, a recordar e a falar nisto. Talvez porque nessa época, apesar de tudo, eu era eu. Eu mesma! Agora não sou. Pelo menos sinto que falta algo de mim. O meu riso já não é o mesmo. A minha felicidade não abunda. Falta algo, algo que levaram de mim. Algo que eu queria ter de volta, para voltar a ser eu na totalidade e para poder voltar a acreditar que o mundo não é só infelicidade, massacres, tragédias, doenças, epidemias, mortes, tudo de ruim que se possa imaginar. Queria voltar a acreditar que é possível, no meio de tanta desgraça, ser-se feliz e viver-se num mundo cheio de sonhos cor-de-rosa. Cor-de-rosa... uma cor que já não existe em mim...

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