sexta-feira, 25 de março de 2011

Mais uma corridinha!

Hoje, aliás, ontem (há que ter em consideração que já passa da meia-noite) foi dia de corrida. Estamos a melhorar bastante e, consequentemente, o nosso horário semanal duplicou para dois dias semanais. E, claro, também foi acrescentado 2 km ao nosso percurso graças ao simpático menino R. que na passada terça-feira foi correr connosco e decidira deixar o carro mais longe. E, claro, a menina C. achou óptimo o novo percurso mais longo. Eu não discordo com a alteração. Gosto de correr. É engraçado, agora, tantos anos depois, eu dizer que gosto de correr. Durante muitos anos odiei. Odiei correr, odiei desportos e odiei educação física. Odiava a disciplina em si e era uma tortura ir para a aula e aturar qual fosse o professor. Por mais que eu me esforçasse e tentasse demonstrar interesse, no final de cada período lá levava com um belo de um 2 ou de um 3. Por mais que eu quisesse aprender, interessar-me por algo, havia sempre obstáculos que me impediam. Era sempre a última a ser escolhida para as equipas, pois a escolha começava primeiro pelos amigos e depois pelos que jogavam super bem. Aqueles que não pescavam nada do jogo, eram os últimos e, se possível, ficavam como suplentes. Se entravam no jogo, tornavam-se apenas alguém a quem nunca passavam a bola, a quem nunca deixavam jogar porque não sabia jogar e a quem não davam a hipótese de aprender. E, assim, passei anos e anos da minha vida a odiar a disciplina que quase toda a turma adorava. Até que subitamente, no liceu, tudo mudou. Bastou, apenas, um jogo de andebol em que, contrariada, fiquei à baliza para deixar de ser a última a ser escolhida para passar a ser a primeira. Foi a primeira vez em que me deixaram demonstrar o quanto valia e, lá acabei a aula, sendo ameaçada de porrada pela equipa adversária por nem uma bola ter entrado na baliza. Ora o que queriam? Que levasse com a bola na cara, caísse para o lado e eles gritassem de alegria com um ponto nas suas contas? Nem pensar! Na baliza não pode entrar nenhuma bola. Então vamos lá defender a bola e, claro, nada de defender com mãozinhas de Cinderela, que partir um dedo não dá com nada. E foi assim, que por mais que dissesse que não, passei a ser constantemente a guarda-redes principal de uma das equipas. O que até nem foi mau. Comecei a gostar da disputa pela minha pessoa aquando a escolha dos elementos das equipas e, posteriormente, a dedicar-me mais à disciplina onde tinha perdido a esperança de um dia me adaptar a ela. Quando o professor se lembrou de aplicar o teste dos bips, foi a alegria total aqui para a menina. Óptima em resistência, passou a ser colocada no grupo mais veloz, o grupo dos rapazes. Que maravilha! Era o grupo número um, o grupo a que o professor dava mais atenção. Comecei a adorar correr e passei, finalmente, a simpatizar com educação física. Finalmente, depois de tantos anos, alguém me deu a hipótese de mostrar que afinal eu valia alguma coisa e conseguia ser das melhores em alguma coisa daquela miserável disciplina. O ego insuflou, não posso negar. Era bom ver que notavam a existência aqui da menina. E foi preciso surgir esta simpatia pelo desporto para dizer “bye, bye” a educação física. E foi um “bye, bye” longo, bastante longo. Tão longo que passaram vários anos até aqui a menina voltar a calçar os belos de uns ténis e por prego a fundo! No verão comecei decidida e ainda me esforcei dois míseros dias... mas correr sozinha não dá pica nenhuma. E lá os ténis foram trancados no armário e não se pensou mais no assunto até que, no outro dia, a menina C. sugeriu a ideia. – Correr? Bora! E lá começámos quinta sim, quinta sim. E para compensar a última quinta-feira em que não corremos, lá fomos esta terça-feira. Ontem, quinta-feira, de novo e, agora, gostámos tanto e estamos a melhorar bastante a nossa resistência que a partir de hoje passa a ser: terça-feira sim, quinta-feira sim, terça-feira sim, quinta-feira sim... É agora que a celulite se põe a andar de vez! Eheheh!

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