quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Que venha mais uma lei...

Hoje li um artigo, não sei onde saiu, mas achei bastante interessante e engraçado. Num país regido por tantas leis só faltava mesmo esta. Teria a sua vantagem criar esta lei? Talvez sim, talvez não. Mas que é uma boa teoria e que tem a sua piada pensar como seria se ela existisse, isso tem. Já estou a imaginar os cartões daqueles que tem dezenas de ex-namoradas na lista... seriam desdobráveis com centenas de centímetros, não? Eheheh!

“Arquivo engatatório

No PÚBLICO de ontem, contava-se que o deputado social-democrata Marques Guedes tinha perguntado “qual seria o próximo tema fracturante a ser empunhado (pela esquerda): ‘Talvez uma lei do namoro. Para regular a devolução de presentes, das despesas em jantares e hotéis partilhados.’ ” Há um meio-riso que é interrompido pela engrenagem do pensamento. Depois descobrimos que o disparate não é assim tão disparatado. É um momento panemi, do tupi para “por acaso até nem é má ideia”.

É que faz mesmo falta uma lei do namoro. Cometem-se crimes tenebrosos sem o mais leve castigo. Roubam-se anos ou noites inteiras de vida às pessoas sem a mínima possibilidade de serem ressarcidas. Quase todas as declarações de amor são fraudulentas. Quem namora vive num mundo cheio de corrupção, desonestidade e extorsão de sentimentos. Os abusos são banais. As vítimas são diariamente levadas ao desespero; aos milhares.

Não podendo haver lei, houvesse ao menos um registo. Toda a gente haveria de ter um cartão onde constassem todos os namoros, com as respectivas declarações de amor de cada altura, rematadas pelo parecer final da pessoas que se namorou: “É um mentiroso de merda que só gosta de cavalos e da mãezinha”, por exemplo.

Desta maneira, os namoradores poderiam consultar o histórico dos pretendentes, para fazer a triagem que quisessem. E, no fim, quando o namoro acabasse e as lágrimas começassem, haveria sempre a consolação de “marcar o cartão” ao sacana.

por Miguel Esteves Cardoso (Ainda ontem)”

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