quarta-feira, 27 de outubro de 2010

E chegou o dia...

Dormi, dormi, dormi...
Mas houve algo que me acordou repentinamente. Já não me lembro o quê, mas sei que se nada me tivesse perturbado continuaria a dormir eternamente. Pelo menos tentaria. Porque sei que se isso acontecesse haveria quem fartaria de me bater, abanar, dar-me um par de estalos, porque segundo me dizem: "se não acordas a bem, acordas a mal".
Passei um dia... não foi feliz, mas também não foi triste. Foi um bom e simples dia. Não houve o típico jantar de família, não houve o típico bolo de aniversário, apenas um dia passado como qualquer outro, sem festejos e com um monte de mimos enviados por sms's. Como eu vos adoro por nunca se esquecerem de mim neste dia...
O final de tarde foi diferente, passado na inauguração de uma loja de decoração, como convidada especial. Foi... não sei explicar. Nunca tinha ido a nada assim, com empregadas a servir champanhe e merry cupcakes... conhecer pessoalmente a responsável pela loja em Portugal... e ver coisas lindas e deslumbrantes... Vi imensas coisas que quero comprar, mas voltarei lá depois para isso. Não havia ninguém a comprar nada, só a ver, a comentar, a tirar fotografias (provavelmente para as revistas vip), e então fiz o mesmo. Vi, fiz perguntas, comecei a ponderar o que vou lá comprar em breve. Senti-me num mundo vip. Por fim, despedi-me educadamente e vim embora.
Uma sensação estranha invadiu-me no caminho para casa: não me sentia nem feliz, nem triste. Era uma sensação de vazio cá dentro. Recordar as imensas vezes que percorremos aqueles caminhos, os assuntos de que falámos, as ideias, os sonhos...
Agora sou só eu. Já não existe ninguém a quem comentar estas emoções ao chegar a casa. Já não existe quem se preocupe se eu chego ou se não chego. Já não existem sonhos a dois. Já não existe "o que nós queremos", "o que nós gostamos". Já não existe quem me mime depois de um dia de emoções tão agradáveis como as de hoje. Agora sou só eu. Apenas existe o que eu quero, o que eu gosto, o que eu sonho. É chegar a casa sozinha, cansada, preparar qualquer coisa para comer. Sim, qualquer coisa, porque a vontade de cozinhar para uma só pessoa é nenhuma. Já não existe "a nossa casinha". Existe apenas "a minha casinha" e eu. E é apenas nela que eu vou pensar agora: na "minha casinha", que assim como eu também precisa de ser mimada.

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