quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Divagações das oito e meia!

Oito da manhã e já acordada! Há cerca de uma hora que despertei e desde aí, volta para aqui, volta para acolá e não houve meio de pregar olho. Pensamentos vão e vêm neste cérebro palerma. Sinto nojo. Sinto raiva. Sinto ódio. Sinto sei lá o quê. Sinto que a vida é uma merda. Mas não só hoje e sim desde sempre, desde os tempos da carochinha, senão vejamos.
Cresci entre duas mentalidades: a tradicional ou antiga, em que me foi impingida a de que se conhece um homem, têm-se a certeza de que ele é o tal, casam-se, numa cerimónia toda pomposa com a noiva vestida de branco, com véu e grinalda, e conforme manda a igreja católica, é um juramento para toda a vida; a moderna e bastante na moda, em que os casamentos não passam de um papel que pode ser rasgado a qualquer altura da vida, as pessoas não sabem o que querem, os gajos não valem nada, as raparigas (algumas escapam, as mais decentes) também não, muitos casam já a contar que um dia se irão divorciar e estão até na moda as festas de divórcio.
Mas será que isto é só agora ou será que o "felizes para sempre" nunca existiu? Oh, claro que existiu! Que disparate! É só colocar a antiga vhs de "A Gata Borralheira" ou o novo dvd do "Shrek" e descobre-se que, afinal, ainda há um felizes para sempre. Sempre que penso nisto, digo que filhos meus nunca verão estas histórias, que são más influências! Mas será, que se eles existirem, irão crescer sem nunca ter visto uma história da Disney? Acho que as banirei todas do clube de vídeo da casa! Será uma boa solução.
À excepção dos contos de fadas e de madrastas más e horrendas, na vida real não há "um felizes para sempre". Há o "felizes para sempre" com muitas infelicidades e desgostos pelo meio. Ou seja, a felicidade não é constante, há muitos altos e baixos pelo meio. E isto não é só de agora. Já há séculos atrás, no tempo da monarquia, a maioria das raparigas não escolhiam com quem casavam. Aliás, o casamento era um contrato, em que quase sempre o homem beneficiava mais do que a mulher. Muitas vezes não havia paixão na história. Estão casados, vão viver uma vida de casados queiram ou não e ponto final. Às gerações seguintes contem a história que viveram num castelo (encantado, de preferência) e com muito dinheiro (que compra tudo excepto a felicidade, mas as compras acalmam os nervos não é verdade? Então há que ter dinheiro!).
No tempo dos nossos pais e avós havia a história do casamento religioso que era para toda a vida. E esses casamentos duravam? Sim, duravam, porque felizes ou infelizes viviam juntos para toda a vida. E por vezes, ao longo do tempo, os problemas resolviam-se e tudo voltava a ficar bem. Namoros? Ui! Havia que se ter cuidado. Ficáva-se mal falada e dificilmente se arranjava outro! Mas entretanto surge o divórcio e quem realmente não estava bem opta por ele.
Mas agora... virou moda! E estamos num tempo em que as mentalidades são do tipo: casa, descasa, casa, descasa, casa, descasa. Que maravilha! Como é bom viver neste vai-vem! E felicidade no meio deste vai-vem todo onde anda?
Por mim que se lixe tudo, enjoei a sonsa de "A Gata Borralheira" e do seu príncipe encantado, enjoei as histórias que acabam com um felizes para sempre! Epah, querem ver um filme giro? Vejam o "Valmont"! É giro! Tem palácios, condes e condessas, há declamações de amor, há atracções, há traições, maldade, vingança, ódio e compaixão! É giro, vejam, eu faço propaganda ao filme!
E agora digo mais uma vez, enjoei da história do casamento e do felizes para sempre. Uma promessa ou é para sempre ou não é promessa. Como o felizes para sempre não é uma fase constante, então o felizes para sempre não existe e ponto final. Não, não é ponto final com o divórcio como ponto final. Chega de contratos. Chega da história de és especial, que acaba num ponto final. Chega de criar ilusões, que acabam num ponto final. Estou contra o divórcio e contra o casamento, ponto final.
Cria-se a frase para todas as histórias, mais verdadeira e adequada: E viveram, ponto final! Sim, isto é uma boa frase. Não há cá coisas lamechas, nem choros, nem nada! Viveram a vida deles e ponto final.
E agora, acabo por aqui, que já chega de texto e estou a gelar, já que avariei o aquecedor e esta casa é fria como o raio! Até à próxima!

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