sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Calma... é Natal...

Por vezes, acontece-me isto. Estou irritada que só visto. Porquê? Por causa de tudo e por causa de nada. Já me passei com os cozinhados. Não consigo, e ainda para mais com o humor ruim com que estou, menos consigo estar na cozinha com alguém ao lado a reclamar por tudo e por nada: "e vais fazer isto?" "e aquilo?" "agora?". E pede-me a mãe que faça a receita como fiz da outra vez que ficou muito bom. "Mas tu sabes fazer... Eu fiz a tua receita..." "Ah, mas a tua ficou melhor..." Pronto, eu faço. Mas depois não pára de fazer isto, aquilo e dar dicas: "Mas aquilo é que se faz primeiro!" "E não ponhas isso!" Ai ai ai, que me estou a irritar! Primeiro, como fiz estava muito bom e depois dá-me instruções?? Assim não pode ser!
E aqui vim espairecer o cérebro, a mente, mas nada ajuda. Encontro, por aqui, só mensagens queridas de Natal, começo a reflectir sobre o ano que passou, sobre coisas que ouvi, que me disseram, coisas que ficaram entaladas aqui dentro (sim, que até hoje a opinião de que eu devia de ter tido um acidente de carro e ter ido ter ao hospital que me era uma boa lição ainda aqui está entalada, ainda para mais vinda de uma pessoa que eu via com muito carinho e a quem lhe desejava imenso bem), nas pisadelas que levei, nas críticas de quem só queria que eu mudasse e não aceitava os meus defeitos. Mas isto tudo serviu para alguma coisa. Serviu para accionar o "clic" para eu voltar à normalidade. Para eu voltar a ser quem não se rebaixa facilmente, para eu voltar a ser quem não se deixa pisar facilmente. Há tempos uma amiga minha dizia qualquer coisa como: "Tu não estás no teu estado normal. A amiga que eu conhecia já tinha mandado quem não te trata como deve de ser dar uma volta há muito tempo." Pois, e a verdade era esta. Eu estava carente e só via o lado bom, o lado carinhoso da pessoa em questão. E estava constantemente a ignorar e a perdoar tudo. Mas não se pode ficar eternamente à espera que o lado bom das pessoas volte, deixando que essas pisem o nosso ego até nos sentirmos mais miseráveis do que elas. Nem o mimo, nem o abraço, nem o ombro de um amigo já tinha. Tinha medo de me aproximar, de pedir pelo que precisava, tão fortes foram as "pisadelas" que levei. Pois bem, a menina "anti-social (... ) egocêntrica (...) a precisar de procurar apoio médico (...) e que se veste de modo ridículo" (felizmente as minhas best friends, assim como eu, não partilham desta opinião, o que me leva a pensar que das duas uma: ou sofremos todas do mesmo mal ou então há alguém que não me conhece assim tão bem como julga) acordou. Cansou-se de ser pisada enquanto só pedia carinho. Cansou-se de ser mal-tratada psicologicamente. É a minha sanidade mental que está em jogo. Assim sendo, vou ouvir quem me ama de verdade, quem gosta verdadeiramente de mim, quem me aceita como sou e quem só me deseja bem físico e psicológico.
E, amanhã, vou passar o Natal com as pessoas que mais amo, entre elas a pipoquinha e a formiga (os termos fofos pelos quais trato as minhas sobrinhas). Algumas dessas pessoas que amo vão estar presentes apenas no meu coração, mas não se vão livrar de uma mensagem carinhosa minha durante o dia de amanhã.
Quanto a quem ler este texto, votos de um Feliz Natal com tudo de bom.

P.s. - (e com tanto desabafo, a neura acalmou imenso...)

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