terça-feira, 27 de dezembro de 2011

E assim passou-se o Natal!

O meu Natal este ano foi muito engraçado. Como de costume fui passá-lo a casa do meu irmão com toda a família mais chegada. E se há algo que eu adoro é ver a mesa comprida cheia de gente e o convívio familiar. A minha sobrinha mais nova e o meu pai, ficaram como de costume às cabeceiras da mesa. A pequena acha isso muito divertido, porque, para além de ser ela a decidir quem fica onde, são o mais velho e a mais nova da família a ficarem nesses lugares. O jantar, para não variar, foi bacalhau cozido com couves. Talvez por não ter sido habituada desde pequena a comer isto no Natal, acaba por ser a parte de que eu gosto menos. Adoro carninha. Borrego no forno, perú recheado, agora peixe... nahhh! No final da refeição, a sobrinha pequena cedeu à paranóia com que anda nos últimos dias (meteu na cabeça que está gorda e já tive uma conversa bem séria com ela sobre isso e felizmente fez algum efeito) e provou um bocadinho de todas as sobremesas seguindo o exemplo aqui da “titia”: um bocadinho de ananás, um bocadinho de mousse de manga, um bocadinho de mousse de chocolate e um bocadinho de molotof. Há que verificar se todos os doces estão deliciosos. Eheh! O mais lindo foi ver o meu pai completamente deliciado com o molotof. É o doce preferido dele. Não conheço ninguém que adore tanto aquele doce como ele. Enquanto esperávamos pelo café, as pequenas já pedinchavam por alguns presentes. “Só um, por favor!” Aqui a menina começa a ceder e: “Está bem! Só um e deixam-me tomar o café sossegada.” E assim foi: sai o primeiro presente para as pequenas. Obviamente, que logo que se fartaram dele o colocaram num canto e: “Tia, só mais um!” E lá sai um livro para cada uma. A outra tia segue o exemplo e mais livros da mesma colecção. As pequenas encantadas, porque eram os que elas queriam e não sabiam que iam ganhar, porque não tinham pedido, pelo menos a mim. É óbvio que o que é mais divertido são as birras de quem quer determinado presente ou um presente de alguém em especial. Este ano a partida calhou à minha sobrinha mais velha. Ela que passou as últimas semanas a fazer uma birra descomunal que queria um determinado telemóvel e um determinado relógio. Obviamente que todos lhe diziam que ela não ia ganhar aquilo, mas ela prometeu choradeira na noite de Natal caso não recebesse. Enfim! O típico de miúda mimada por toda a família. Um bom tempo depois dos cafés e dos digestivos, o meu irmão lá se decidiu a começar a olhar para debaixo da árvore de Natal e: “Queres um presente, então toma lá.” E dá uma caixa à mais pequena. E a criança fica toda radiante com uma flauta pela qual não esperava. E a mais velha dizia: “E o meu relógio?” “E o meu telemóvel?” Para picá-la dá mais um presente à mais pequena: um cavaquinho. Bem... então esta caixa grande deve de ser a bateria, brincávamos. E passado um bom bocado lá deixa as pequenas verem o que tem a caixa gigante: e sai de lá um piano/órgão. E as crianças parvas a olhar para aquilo, porque nenhuma havia pedido instrumentos musicais. Nós ríamo-nos e as pequenas choravam, principalmente a mais velha que queria o raio do relógio. Há uma semana que ela me falava num determinado saco da Botique dos Relógios que estava debaixo da árvore de Natal dela. Estava convencida de que era o relógio que pedira. Mas o pai dela sai-se com a frase: “Este presente é para a minha mana!” E eu abro-o entusiasmada para saber o que lá estava. E a minha sobrinha, a olhar para o saco a pensar que não era mesmo para mim. Mas era! Era uma linda pulseira, mesmo linda, que eu recebi. E não voltou mais para a caixa. Ficou no meu pulso o resto da noite. Após a desilusão da pequena ao ver que aquele presente não era o dela, o meu irmão dá-lhe uma pequena caixa: “Toma lá o teu relógio!” E ela desembrulha aquilo entusiasmada a pensar que era mesmo o relógio, mas desconfiada por estar embrulhado com o papel do Continente. Bem, de facto, era uma caixa de um relógio Swatch e lá dentro tinha... bem... tinha um relógio. Um relógio de braceletes verdadeiras castanhas, mas com um ecrã de cartão com ponteiros desenhados a caneta. Já me doía a barriga de tanto rir. A pequena dizia: “Eu não quero este relógio! Nem pensar!” Todos nos ríamos. Obviamente os presentes debaixo da árvore continuaram a ser distribuídos a pouco e pouco, mas o relógio ou o telemóvel para a pequena não aparecia (ela estava convencida de que só ia receber uma das coisas). A minha cunhada surpreende-se ao receber de presente jogos para a PS3. Ela que nem liga a jogar aquilo... A PS3 já nem sei se foi presente do meu irmão para ele próprio se para as pequenas. Finalmente aparece uma caixa grande que ele dá à minha sobrinha mais velha. “Isto é para ti, filha!” E ela abre, desconfiada e... “Ai, isto é uma caixa de vinhos!” Devagar abre a caixa de vinhos e mais uma caixa embrulhada lá dentro com um monte de papéis amarrotados à volta. Ela abre e eis que surge o telemóvel e um relógio! A criança ficou radiante e nós fartámo-nos de rir com esta história. Para o ano estou para ver a quem vai calhar a prenda estranha. Como, geralmente, não faço birras por querer algo em especial, pois nunca fui habituada a ter tudo o que queria, as probabilidades de calhar a mim no próximo ano são muito reduzidas. Para não variar, acabámos de abrir os presentes bastante antes da meia-noite. Seguiu-se os parabéns ao meu pai e o belo de um camarão cozido antes de se acabar a noite. Agora, mais festa desta só para o ano. Ah, e depois do camarão a pequenina lembrou-se que tinha que ir fazer os trabalhos da escola. Trabalhos da escola, hoje? Mas é noite de Natal, querida! E, lá estive eu cerca de meia-hora a ajudá-la a fazer alguns trabalhos de casa. E, nos dez minutos que estive na conversa antes de me vir embora, diz ela muito amuada: “Oh tia, podíamos estar a fazer mais trabalhos!”. Mas, pronto, ontem tirei a tarde toda para ajudá-la nos trabalhos de casa e ela ficou toda contente por já ter o resto das férias livres (livres como quem diz, que hoje veio pedir-me mais duas fichas de exercícios para fazer, uma vez que já acabou os trabalhos da escola).

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