quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Adios 25!

Há um ano atrás, este foi o pior dia da minha vida. Pronto, não foi o pior. Mas estava passada, desesperada, porque não queria que ele acabasse. Senti o cérebro à beira da loucura. Quis com todas as minhas forças não acordar no dia seguinte, não completar os vinte e cinco anos. Uma idade que passei meses a ser acusada de ter quando ainda não a tinha, uma idade que era a causa da tragédia, dos problemas. Perdi a conta das conversas: 
"-Tu tens 25 anos, ...
- 24.
- É a mesma coisa. Tens 25.
- 24.
(...)"
O problema esteve nos supostos 25, que eram 24. Devia de ter planos, devia de querer coisas, devia de agir como se tivesse 25. Mas nada disso era de 25. Era de 30 ou mais. E eu só queria aproveitar a casa do 2. Mas não. Eu tinha de pensar nos planos de adultos, porque tinha 25. Ele não. Ele não cooperava. A minha opinião não era ouvida.
Depois de escutar calmamente, seguia o excelente diálogo.
"- Mas deixa-me explicar, dizer o que eu penso...
- Mas ouve-me!
- Já te ouvi. Posso...
- Mas ouve-me!
- Eu estou a ouvir, mas...
- Mas ouve-me!
- EU ESTOU-TE A OUVIR! Posso dizer o que penso?
- Mas eu já pensei!"
E, pronto, assim se desenrolava um debate sobre algo que devia de ser a dois, mas que um achava que podia pensar por dois... O que eu queria nunca lhe entrou na cabeça, porque não era isso que via para mim. Eu tinha 25 anos (eram 24 de verdade) e o meu futuro tinha que ser o que ele achava. E o que ele achava não era o que eu queria. Penso agora, que ele nunca levou a sério o que eu disse sobre os meus planos, os meus sonhos e as minhas ambições.
Mas a tortura dos 25 está a escassos minutos de chegar ao fim e, tenho cá para mim, que vou saltar directamente para os 27. Acho que os 26 é daquelas idades que não me vão ficar na memória para responder logo quando me perguntarem a idade.

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