domingo, 2 de outubro de 2011

Lê-se e pensa-se...

Hoje, li o seguinte texto no facebook:
‎"Ela não te vai falar no facebook e dizer que sentiu a tua falta. Provavelmente, ela vai entrar de 10 em 10 segundos, até tu lhe dizeres algo. Ela também não te vai estar sempre a ligar ou a mandar sms, porque tem medo de se tornar chata, mas responde-te! Ela não vai chegar do nada e abraçar-te à frente de todos os teus amigos, ela vai esperar até que no meio das conversas, tu apenas passes o braço pela cintura dela com um certo carinho. Ela não vai estar sempre a seguir-te, nem sempre a olhar para ti, mas quando precisares mesmo, ela irá ser a única com um ombro para chorares e, no fim, não vai querer nada em troca a não ser o teu bem-estar!
Quando chegar a hora da despedida, dá-lhe um beijo na testa e, quando ninguém à volta estiver a ver, sussurra-lhe palavras ao ouvido. Olha bem nos olhos dela, porque vão estar radiantes. Mas não esperes que ela diga que te ama porque ela não o fará. Provavelmente, a única maneira dela o demonstrar é brincando contigo, dizendo que nunca viu ninguém tão chato como tu, e depois irá rir-se. E se ela fizer isso, parabéns, acabaste de ganhar o seu coração."


Isto fez-me pensar em muita coisa. Obviamente, fiquei a pensar, porque este texto faz-me lembrar atitudes semelhantes que já tive, pelo menos, no passado. Tantas e tantas vezes fiquei quieta com medo de ser chata. Tantas e tantas vezes fiquei felicíssima por pequenas demonstrações de afecto que recebi em troca. Tantas e tantas vezes quis agir mas fiquei quieta, esperando por esse tal braço a passar pela cintura. Muitas vezes, estas atitudes discretas passam ao lado do outro alguém. Muitas vezes estão em jogo dos dois lados impedindo avanço de ambos os sentidos. Por vezes, ansiamos que esse alguém perceba a nossa quietude. Por vezes, talvez perceba e o silêncio seja a resposta: o não que não queremos ouvir. Por vezes, esse alguém avança não compreendendo a nossa atitude.

Já fiquei quieta, já agi, já fui provavelmente chata. Já agi de muitas maneiras e todas têm os seus prós e contras. Neste momento, não sei qual seguir: se a do silêncio, se a da iniciativa. Talvez um meio termo, se é que isso existe, se é que isso funciona. Não sei. Sinceramente, não sei. Por vezes, quero manifestar a minha opinião, falar sobre o que gosto, sobre o que me apetece, sobre o que sinto, sei lá. Mas algo me impede. O quê, não consigo explicar ao certo. Ou por achar que vou falar na hora errada, ou por achar que vou receber uma resposta desagradável do outro lado. Isto é estúpido, porque o não já está sempre garantido, mas a verdade é que quando já ouvi alguma censura, custa-me adquirir o meu à vontade para expressar a minha opinião. Acabo sempre por ficar calada e sem à vontade para falar. Um erro! Um defeito! Algo que eu preciso superar, algo que me prejudica. Algo que sem eu explicar, ninguém compreende.

Decididamente, eu tenho uma personalidade complicada. Tenho atitudes impulsivas que, por vezes, me deixam a pensar, a censurar a mim mesma pelas suas consequências. Muitas vezes, o meu silêncio não manifesta apenas a incerteza da atitude a tomar. Muitas vezes, é consequência de palavras que eu disse e que me fazem pensar que deveria ter ficado calada. E esse silêncio vem depois.

Hoje, é um daqueles dias em que estou para aqui a falar, sobre o que li, sobre mim, sobre as minhas atitudes, sobre o que me está a passar na cabeça neste momento, sobre assuntos que nem sei se têm interesse. Falo apenas sobre mim, vagamente...

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